02 de junho de 2019

Altas suspeitas

Por José Carlos Sá

A Operação Pé de Borracha foi desencadeada para investigar uma facção que comandava o crime de dentro da cadeia (Foto internet)

Quando estávamos vendendo a nossa casa em Porto Velho, apareceu um dia uma família em que quem perguntava e negociava era uma senhora. Com ela estavam um ancião, duas mulheres e uma criança. Depois de olharem toda a casa, que aparentemente gostaram, a mulher perguntou quanto estávamos pedindo e por quanto faríamos para receber a vista “uma nota sobre a outra”. Disse que estavam vindo do Rio de Janeiro e só dependiam de encerrar um negócio lá para se instalarem definitivamente em Porto Velho.

Na despedida a mulher me perguntou se na rua tinha polícia. “Em todo lugar tem polícia”. Eu pensando que ela estava preocupada com a segurança, disse que perto moravam três sargentos, sendo que dois reformados. “Virando a rua, tem a Academia de Polícia, a Unisp e a sede do 5° Batalhão fica aqui perto. Sempre tem viaturas passando pela rua”. Acho que estraguei o negócio, pois nunca mais voltaram.

Poucos dias depois, vi a realização uma operação da polícia que investigava crimes que eram cometidos a partir de ordens vindas de dentro do Presídio Federal de Porto Velho. Entre outros lugares que sofreram busca e apreensão estava uma casa alugada por uma facção criminosa para abrir parentes dos presos que iam à capital rondoniense para visitá-los. Eu, na minha mania de associação de ideias, logo liguei a família que esteve visitando nossa casa com os parentes de presos do Presídio Federal…

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5° Batalhão Academia de Polícia Polícia Militar Porto Velho Rio de Janeiro Unisp 

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