01 de fevereiro de 2024

(Anti)Pedagogia aplicada

Por José Carlos Sá

Há quase 40 anos, um fato corriqueiro rendeu assunto na casa do meu colega Pedro. À época trabalhávamos no Palácio Getúlio Vargas, no governo Ângelo Angelin, em Rondônia. 

“Já pensou se alguém quebra o seu braço?” (Ilustra montagem JCarlos)

Pedro contou o que havia ocorrido naquele dia para mulher Dayse, que é pedagoga:

– Eu estava voltando para casa com o Zé Carlos e vimos, de longe, um menino de uns seis ou sete anos, desfolhando os galhos de uma árvore. Quando chegamos mais perto, o menino havia subido na árvore e tentava quebrar um galho. O Zé falou bem calmamente: – Que coisa feia você está fazendo, machucando a árvore… O menino, nem aí, continuou tentando quebrar o galho. 

O Zé não desistiu:

 – Você sabia que a árvore é um ser vivo e que sente dor igual a você? 

E o menino continuou no esforço destruidor. O Zé, olhando sério para ele, insistiu:

– Você ia gostar se alguém quebrasse o seu braço? O menino desceu da árvore e foi correndo para casa.

Ao fim da história contada pelo marido, Dayse arregalou os olhos e comentou:

– Nossa! Que antipedagógico!

– Pode ser antipedagógico, mas funcionou -, concluiu o meu colega.

 

[Crônica III/2024 – Este fato aconteceu no final de 1986, em Porto Velho, em frente onde hoje está instalada  a Rádio Parecis, na avenida Chiquilito Erse, que todo mundo conhece como Rio Madeira]

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Pedagogia Porto Velho Rádio Parecis 

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