Na manhã de sábado fui debulhar um quilo de amendoim, uma atividade que eu não realizava desde que eu era criança e a nossa família morava em Teófilo Otoni.
No período junino, enquanto pai preparava a fogueira no quintal, mãe se encarregava da canjica e dos outros quitutes da época. O que eu mais gostava era do amendoim. Debulhávamos um monte de amendoim que era torrado no fogão a lenha; depois de frio, tirávamos a casca que cobre a semente. Parte era triturada para ser colocada sobre a canjica (eu retirava o amendoim com uma colher e só comia ele. Nunca consegui gostar de canjica) e a outra porção mãe temperava com sal e acondicionava em cartuchos que ela mesma fazia e eram distribuídos para nós – as crianças – e para eventuais visitas.
Também me lembrei da minha primeira quadrilha junina, que dancei no terceiro ano primário do Grupo Escolar Divino Mestre, onde fomos estudar quando nos mudamos para Belo Horizonte. A nossa professora de Artes e Canto (cujo nome não me lembro, só me recordo das feições) dividiu a turma em casais e nos ensinou a coreografia da dança que apresentaríamos no arraial da escola.
A letra era assim: “Debulha este amendoim / Para a noite de São João / Rodarei para a direita / e depois para a esquerda / com atenção. // Dois passos dou a frente / Já posso me afastar / e andando bem devagarinho / Vem ouvir o que diz o coração. // Trá-lá-lá que bom, que bom / Trá-lá-lá que bom, que bom / Lá vai subindo o meu balão / Trá-lá-lá que bom, que bom / Trá-lá-lá que bom, que bom / Levando os segredos prá São João / Que bom!”
Boas lembranças essas.