Pesquisei na internet se havia alguma coisa relacionada a Teofilo Otoni e esses topônimos* populares e não achei nada. Entrei no grupo da cidade no Facebook, e perguntei se alguém lembrava desses lugares citados acima. Em resposta, estou recebendo uma enxurrada de respostas de pessoas que conhecem e conheceram esses lugares e outros novos que surgiram e caminham para a perpetuação.
Ei-los: Beco do Coelho, Cata Quiabo (variação do Escorrega Quiabo), rua da Lavadeira, Morro do Querosene, Morro do Feijão Bebido, Escorrega Lá-Vai-Um, Beco do Tiche, Péla Jegue, Morro do Pau Velho, Rua (ou Beco) da Bosta, Morro do Bacalhau, Morro da Caixa d’Água, Buraco da Barata, Rabo da Gata, Morro do Zig-Zag, Morro do Sanatório, Morro do Cemitério (onde morávamos), Jacu Baleado, Rola Ovo, Morro (ou Beco) do Pé Sujo, Morro do Velhaco e Gangorrinha.
Me explicaram que o Arrasta Couro hoje se chama Suvaco de Cobra e a Rua/Beco da Bosta também é conhecida como “Bosta Voou”. Eu quis saber a razão desse nome e recebi a explicação da Maria Aprecida: “Faziam na sacolinha e jogavam por cima do muro, história que o povo conta…”. Expliquei que em Belo Horizonte esta prática era chamada de “pombo sem asa”. Um outro participante do grupo no Facebook, Evani Pereira, contou mais uma particularidade dessa rua: “A Rua Bosta Voou é só de Zé da Venda até a casa de tia Nucha. Quando nós éramos crianças,uns gritavam, vc é do bosta voou e corriam, porque se não as pedras caiam nas cabeças”.
Minha próxima pesquisa será sobre os apelidos das pessoas. Me lembro de um colega do meu pai que era chama do “Boca Jones”, numa alusão Buck Jones, ator norte-americano famoso pelos filmes de bang-bang e nas revistas em quadrinhos. O ator morreu em 1942, mas a fama durou mais tempo, chegando até a cidadezinha do nordeste mineiro e batizando – mesmo a contragosto – um ferroviário.
* Topônimos são os nomes próprios de lugares, e o estudo de sua origem e evolução.