O ato que eu praticava não está incluído naquilo que a religião católica classifica como pecado. Não era nem pecado venial, muito menos mortal. Mas o que eu fazia me dava remorsos e arrependimentos, no entanto, eu repetia a cada oportunidade que eu tinha, renovando a sensação de que estava reincidindo um erro.
Quando vou à missa e chega na hora da consagração do pão e do vinho, quando as normas do ritual da Igreja Católica recomendam que os fiéis devem se ajoelhar (quem não pode fica em pé), fazer uma “profunda inclinação de cabeça no momento em que o padre eleva a hóstia e o cálice. [Pois] Durante as palavras de Consagração é que há a transubstanciação a transformação das espécies no Corpo Eucarístico”, eu me lembro da minha infância, quando acompanhava minha avó às missas da igreja matriz de Teófilo Otoni. Era lá, durante a Santa Missa, que eu cometia o meu pecado, do qual me arrependia e voltava a praticá-lo na próxima cerimônia.
(Vou contar o meu pecado baixinho, para o padre não escutar)
Quando todos estavam ajoelhados, compenetrados e abstraídos, com os olhos fechados, ouvindo o celebrante dizer “Na noite em que ia ser entregue, ele tomou o pão em suas mãos, elevou os olhos a vós, ó Pai, deu graças e o partiu e deu a seus discípulos, dizendo: Tomai e comei: isto é o meu corpo, que será entregue por vós. [som dos sininhos] Do mesmo modo, ao fim da ceia, ele tomou o cálice em suas mãos, deu graças novamente e o deu a seus discípulos, dizendo: Tomai e bebei: este é o cálice do meu sangue, o sangue da nova e eterna aliança que será derramado por vós e por todos para remissão dos pecados. Fazei isto em memória de mim. [som dos sininhos] Eis o mistério da fé”. Nessa deixa, podíamos levantar.
Acontece que eu não fechava totalmente os olhos e via, por uma gretinha, tudo que estava acontecendo!
É pecado ou não é?