Há quase um ano fiz a resenha sobre o livro A incrível viagem de Shackleton – A mais extraordinária aventura de todos os tempos, que publiquei na ‘editoria’ O que li no confinamento. É a história de um explorador que queria atravessar o Polo Sul em trenós puxados por cães. A expedição fracassou quando o navio em que estavam embarcados, o Endurance, ficou preso e foi esmagado entre duas placas de gelo, naufragando algum tempo depois.
Os 27 tripulantes conseguiram sobreviver graças à determinação do chefe da jornada, Ernest Shackleton, que os conduziu até serem resgatados, sem perder uma só vida. A história dessa jornada é usada hoje nos treinamentos de lideranças. Em janeiro deste ano, foi celebrado o centenário da morte de Shackleton, que se preparava para mais uma exploração polar, quando morreu de um infarto, quando já estava nas proximidades do Polo Sul.
Estou lembrando isso para dizer que o jornal britânico The Guardian, edição desta quarta-feira 9 de março, publica reportagem sobre o encontro do navio Endurance, 106 anos após o naufrágio. A equipe da expedição Endurance 22, que saiu da África do Sul, encontrou o navio de Shackleton a 3.008 metros abaixo da superfície. A reportagem diz que a madeira do navio submerso foi “preservada pelas águas geladas e pela ausência de organismos xilófagos” (que comem madeira).
Mensun Bound, diretor de exploração da expedição, informa que o navio está intacto e que “nada foi tocado no naufrágio. Nada recuperado. Ele foi pesquisado usando as ferramentas mais recentes e sua posição confirmada. É protegido pelo Tratado da Antártida. Nem queríamos mexer com isso.”