18 de novembro de 2021

Expondo arte na rua

Por José Carlos Sá

Cartaz do evento (Divulgação)

A artista plástica e professora gaúcha Angella Schilling, há muitos anos radicada em Porto Velho, participa nesta sexta-feira, 19/11, da exposição coletiva “Arte no Muro”, na cidade gaúcha de Novo Hamburgo – terra natal da professora – que reunirá a reprodução de obras de 151 autores de artes visuais. A proposta dos realizadores, Mesa de Arte na Praça, é oferecer “um novo espaço de visibilidade para as artes visuais e, ao mesmo tempo, um novo canal de sensibilização do público para a arte”.

O local da mostra é uma área de mais de 270 metros lineares e quase 500m² de muros, onde serão coladas as reproduções das obras em cartazes lambe-lambe (mesmo processo de colagem dos painéis de outdoors) em formato de 1,7m x 1,2m.  Segundo os promotores do evento, “a exposição deve permanecer por até dois meses, tempo estimado de resistência do material às intempéries”. A iniciativa desta mostra é do coletivo A4 Falando em Arte, formado por Ana Hauschild, Bala Blauth, Magna Sperb e Mona Locks.

A natureza inspira

A obra de Angella Schilling que será exposta na Arte no Muro chama-se “Renascimento” e foi executada em 1978 na Oficina de Gravura do MAM (Museu de Arte Moderna), no Rio de Janeiro. É uma gravura em metal, utilizando Água-forte, relevo, roleta, nanquim e açúcar e água-tinta. A matriz tem 31,5 x 48 cm. Para o Banzeiros, a professora Angella disse que entre tantos trabalhos, a organização escolheu esta gravura. “Arte é atemporal. A gravura sempre será uma gravura. O que conta é a qualidade, criatividade, o material usado… e o conhecimento técnico, que é fundamental para a execução de uma boa gravura em metal”,  arrematou.

Processo de criação da gravura Renascimento, na Oficina de Gravura do MAM – Rio de Janeiro/1978 (Divulgação)

Angella encerrou recentemente uma mostra na Galeria de Artes Visuais Afonso Ligório, da Casa de Cultura Ivan Marrocos, em Porto Velho. “Universo Tropical de Angella Schilling” reuniu gravuras e desenhos e recebeu centenas de visitantes. A trajetória da artista é longa, tendo começado no Rio de Janeiro, onde conheceu a xilogravura, passando para a gravura em metal e mais tarde para o desenho e pintura, tendo sempre em seus temas algo ligado à natureza, sejam plantas, flores ou insetos.

Renascimento, gravura em metal – Rio de Janeiro/1978 (Divulgação)

Além de projetos ligados à gravura, Angella fez ilustrações para capas de livro e de discos e expôs, individualmente, trabalhos em diversos estados brasileiros e na Alemanha, além de participar de mais de 100 mostras coletivas e bienais no Brasil e exterior. Tem obras premiadas e, em Porto Velho, ministra palestras, cursos livres e oficinas de gravura, também curadorias para artistas plásticos. É membro-fundadora da ARL (Academia Rondoniense de Letras, Artes e Ciências).