Raramente eu bebo leite puro, direto da caixinha. Geralmente misturo o leite ao café. Agora à tarde, comi uns biscoitinhos ficando com a garganta seca e resolvi beber leite para “empurrar” a massa para baixo. O líquido era branco, mas o gosto não lembrava nem de longe o sabor que guardo na minha memória sensorial.
Meu avô Benedito contou um causo ocorrido em Teófilo Otoni, envolvendo o leite.
Antes do sitiante colocar o leite no latão, ele acrescentava uns “quatro dedinhos” de água. O leiteiro, que levava o produto para a cidade, ao chegar à última ponte, descia da carroça e trazia água do córrego para “completar” os vasilhames.
O homem do armazém recebia a parte dele e coava o leite para retirar a gordura e colocar mais um pouquinho de água. Em uma dessas ocasiões, ao coar o leite, pulou no pano uma piaba faceira.
Naquele tempo não tinha Procon, mas se fosse hoje não adiantaria muita coisa.