Finzinho da década de 1970 resolvi fazer uma viagem para o extremo sul da Bahia. O destino era o distrito de Ponta de Areia, no município de Caravelas, que eu conheci quando criança, na minha primeira viagem de trem. Lembro-me de termos chegado lá à noite, a energia elétrica já havia sido desligada e saímos às cegas até achar uma casa que nos acolhesse para esperar o amanhecer.
Voltando à outra viagem. Saí de Belo Horizonte para Teófilo Otoni, chegando lá, fui ao guichê e perguntei a que horas saía o próximo ônibus para a Bahia. Não especifiquei o destino e o bilheteiro disse que estava saindo um ônibus para Vitória da Conquista. Comprei a passagem e embarquei. Lá pelas tantas, resolvi perguntar ao motorista quanto tempo faltava para passar por Caravelas.
– Esse ônibus não passa lá, está indo para o norte!
Desci em Vitória da Conquista, peguei outro ônibus para Itabuna e de lá para Eunápolis, para então pegar o ônibus com destino ao meu destino.
Vale contar que esse último ônibus tinha saído de Salvador 24 horas antes. Estava fedido de mijo e com o corredor sujo de farofa de farinha e de biscoito. Na parada de almoço, me distraí conversando com um colega de viagem e o ônibus foi embora. Tivemos que correr atrás dele…
Enfim cheguei a Ponta de Areia e valeu a aventura.