26 de julho de 2020

Sem escolta?

Por José Carlos Sá

Vice-governadora Daniela Reinehr (Foto divulgação)

Ouvi hoje na “rádia” a notícia que a vice-governadora de Santa Catarina, Daniela Reinehr, solicitou à Polícia Federal o porte de arma de fogo. Ela alegou que precisa viajar pra Brasília e faz muitas viagens terrestres para o interior do Estado, “passando por rodovias de pouca movimentação, onde aumenta a possibilidade de abordagem por marginais”. No pedido ela alega saber manusear uma arma, já que foi policial militar por três anos, tendo recebido treinamento para tal. A vice-governadora tem direito à segurança de 14 policiais militares destacados pela Casa Militar. Será que não confia no esquema?

Achei estranho, pois trabalhei com dois vice-governadores, que dispunham de policiais militares para garantir a segurança deles. Eram um ou dois oficiais e mais sargentos, cabos e soldados que se revezavam na segurança da autoridade e família. No governo Bianco (1999-2003), o vice, Miguel de Souza, solicitou à Casa Militar que mantivesse só o Ajudante de Ordens e o motorista, dispensando o restante da estrutura.

O coronel Maltez, então chefe da Casa Militar de Rondônia, respondeu que não podia atender, já que ele seria responsabilizado pessoalmente se algum problema acontecesse ao vice ou a um dos familiares dele. O resultado disso é que Miguel precisou mandar construir um alojamento na residência – com banheiro masculino e feminino – e durante quatro anos a família não teve mais privacidade.