11 de fevereiro de 2019

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Por José Carlos Sá

(Continuando o post anterior) O livro “Crer ou não crer – Uma conversa sem rodeios entre um historiador ateu e um padre católico”, é muito interessante. Em um dos diálogos, o padre e o ateu discutem sobre a fé. E Leandro Karnal, que faltou pouco para ser ordenado padre, disse que duvidam dele ser ateu, uma vez que tem simpatia pela religião. Em outro ponto, discorreram sobre como as igrejas apresentam Deus a seus fiéis: extremamente bondoso e extremamente vingativo, o que provoca dúvida na cabeça dos fiéis que não têm discernimento. É um livro para ler e pensar.

Já o “Teixeirão – Um estadista a serviço de Rondônia” foi escrito em tom laudatório e vende a imagem do ex-governador Jorge Teixeira de Oliveira quase que um super-homem. O autor, William Haverly Martins,  acrescentou à biografia do homenageado, intermináveis listas que nada acrescentam ao trabalho, como por exemplo, os nomes de todos os maçons ou de todos os juízes de Direito, de todos o promotores de Justiça, etc. O mérito fica por conta das história acerca a colonização de Rondônia, que sempre é tratado por alto em outros livros.

No capítulo “Geografia da pecuária e do desmatamento em Rondônia”, do livro Amazônia – Dinâmicas agrárias e territoriais contemporâneas” (Ricardo G. da Costa Silva, Luiz Augusto Pereira Lima e Francilene Sales da Conceição – Organizadores), os autores* fazem um levantamento comparativo entre o aumento do rebanho bovino e as áreas desmatadas, no município de Porto Velho, inclusive aquelas que o Zoneamento Socioeconômico e Ecológico apontavam como áreas de preservação. Também lembram das invasões incentivadas por políticos. O livro também traz estudos sobre expansão da monocultura nos cerrados no Tocantins e Maranhão; a questão dos quilombolas no Pará; migração de jovens das áreas rurais; entre outros.

 

* Amanda Michalski, Francilene Sales da Conceição e Ricardo Gilson da Costa Silva