Em meio ao noticiário sobre crianças mortas por balas perdidas nos braços das mães, do nascimento de um bebê de duas cabeças- na cidade não há equipamento para exames de ultrassonografia – e muitas crianças abandonadas recém-nascidas, o Brasil se estarrece pela violência com que uma enfermeira aparece espancando um cãozinho da raça Yorkshire. Algumas cenas, gravadas por vizinhos, acontecem na frente de uma criança de pouca idade, tres anos talvez. O ápice da violência é a cena em que o cachorrinho aparece morto no jardim do prédio, depois de ter sido arremessado do alto do edifício. Há poucos meses, dois jovens jogaram álcool em um cachorro, atearam fogo, filmaram a selvageria e colocaram na internet. O filme foi visto por milhares de pessoas. Alguns apresentadores de televisão, sem qualquer noção, reproduziram o vídeo em seus programas, inclusive em Rondônia.
Tudo isso leva a acreditar que o ser humano está, a cada dia mais, perdendo toda e qualquer referência do que é ter bom senso. É o sinal inequívoco que o fim dos tempos está à nossa porta. E que venha rápido, antes que nós mesmos acabemos conosco. (Crônica publicada no Diário da Amazônia 25/12/2011)
27 de dezembro de 2011