
Os ladrões levaram o dinheiro e a polícia os pegou sem querer (Foto Google Maps com colagem de JCarlos)
O assalto ao banco foi planejado durante três meses. O local escolhido foi uma agência do banco luso-espanhol EuroBic-Abanca, na pequena freguesia de Macieira, distrito de Leiria, na região central de Portugal. O bando era formado por três homens, de idades entre 20 e 24 anos, que apesar da juventude já “possuem antecedentes criminais pela prática de ilícitos da mesma natureza”, conforme o Jornal de Leiria.
O que me chamou a atenção nesse “ilícito penal” foram circunstâncias fortuitas que ajudaram e atrapalharam o crime que renderia aos autores exatos 71 mil Euros (70 em notas e mil em moedas) – ou quase R$500 mil.
A dinâmica do roubo foi a fórmula clássica: Dois dos criminosos entraram armados no banco e anunciaram o assalto. O terceiro membro da quadrilha ficou no carro para a fuga. Houve tumulto e um dos clientes sofreu um ataque de pânico, ajudando, com isso, o sucesso dos meliantes.
O acaso atuando sem ser chamado
Quando os bandidos já estavam saindo da agência aconteceu o apagão histórico, que deixou sem energia e transmissão de dados todo Portugal, Espanha e uma parte da França. Com isso, as vítimas não puderam acionar a polícia imediatamente para comunicar o crime.
Com essa ajuda imprevista, o plano continuou funcionando perfeitamente e o trio já estava em local distante trocando de carro para concretizar o assalto, quando passou uma viatura da GNR (Guarda Nacional Republicana, a PM portuguesa), em ronda de rotina, que considerou a suspeita a atitude do trio e parou para perguntar o que estavam fazendo.
Com culpa no cartório, um dos bandidos acelerou o carro, deixando no veículo usado no roubo, o dinheiro, as armas (uma pistola verdadeira e outra falsa) e “diversos objetos utilizados na prática do ilícito”; Os comparsas tiveram que fugir a pé e foram logo capturados.
O crime, que tinha tudo para ser perfeito, terminou de uma forma que não esperavam, tudo graças à traição do “acaso”, esta “entidade” volúvel, inconstante e imprevisível.
[Crônica LXX/2025]