
No sentido horário: Fantasia de Unicórnio (Foto JCarlos); Ilustração do livro “A história dos animais de quatro patas e das serpentes”, de Edward Topsew, 1658; O pai dos Unicórnios (“Foto” W S Van Der Merwee, via BBC; Afresco de A Virgem e o Unicórnio, de Domenico Zampieri, 1602 e uma graça que fiz com foto da Tempo.Com e anúncio da Lego)
Ao ligar o computador, antes de dar qualquer comando, na barra de pesquisa um aviso de que hoje, 9 de abril, é o Dia Internacional do Unicórnio. É claro que eu não poderia ignorar tão importante efeméride, de cuja existência desconhecia até minutos atrás.
Mas, por mais que procurasse, inclusive no calendário da Organização das Nações Unidas – que além das tentativas (infrutíferas) de manter a paz no planeta, tem a função de criar “dias internacionais” disso e daquilo – não encontrei qualquer menção a unicórnios ou a outros seres imaginários.
Na ferramenta de busca “Bing” aparece o texto: “O Dia Internacional do Unicórnio é comemorado no dia 9 de abril e celebra a figura mítica do unicórnio, símbolo de magia, pureza e raridade”.
Logo abaixo explicam que o dia não é um “feriado formal”, mas as “redes sociais, como o Instagram, frequentemente se enchem de postagens que fazem uso da hashtag #NationalUnicornDay, onde as pessoas compartilham suas criações e homenagens ao ser mitológico”. Ah, entendi.
O Dia do Unicórnio é, sim, uma data nacional da Escócia, onde o cavalo com um corno é considerado um símbolo nacional. Diz uma lenda medieval que apenas um rei poderia manter um unicórnio preso, pois o bicho era muito perigoso.
Aí nesse ponto é que entram os escoceses, que acreditam que o rei deles, “Jaime 2° (reinou de 1437 a 1460) abraçou a lenda de coração aberto, e o unicórnio se tornou o símbolo de pureza e poder com o qual os reis escoceses e a nobreza se identificavam no século 15. Com o tempo, isso levou o unicórnio a ser oficialmente reconhecido como animal nacional da Escócia”. Não entendi se a frase “abraçou a lenda”, é uma metáfora ou é literal.
Assim, concluo essa crônica, que foi mais um exercício de enriquecimento da minha já dilatada cultura inútil e, como não sou egoísta, divido com vocês mais essa futilidade, sem a qual – acredito – não sei como cheguei até essa idade ignorando.
[Crônica LVII/2025]