
Demos adeus a quem nos serviu por seis anos sem descanso (Imagem gerada por IA Designer/Edição Photoroom e BN JCarlos)
Após o final da sua vida útil – que foi breve – ela ainda tentou continuar trabalhando, mas já não tinha mais forças. Uma doença maligna corroía seus órgãos e membros inferiores, no entanto ela resistia.
Numa consulta com um especialista, que nem cobrou a visita, o veredito final foi dado. Qualquer tentativa de mantê-la trabalhando poderia resultar em um colapso final traumatizante. E assim o seu destino foi decidido.
Logo procuraram uma substituta para ocupar o seu lugar, pois ninguém é insubstituível. Antes da demissão formal, ela ficou isolada em um canto, sem fazer mais nada, recebendo, de vez em quando, olhares de comiseração e de quase saudade ainda em sua presença.
Sem que soubesse, seu destino estava sendo discutido por terceiros. Enviá-la para um lugar adequado já estava decidido, mas onde? Seria um estabelecimento público ou privado? Ou simplesmente a deixariam disponível para quem quisesse adotá-la?
Mas a solução apareceu com ajuda do Dr. Google: a chamada logística reversa. Assim foi feito o contato com uma entidade que virá buscá-la e encaminhar para o lugar mais adequado, onde encontrará outras na mesma situação, aguardando “a Indesejada das gentes chegar”, como diria o poeta Manuel Bandeira. Ela estará pronta e conformada.
Desse jeito, nos despedimos da nossa máquina de lavar Brastemp, que nos acompanhou nos últimos seis anos, trabalhando quase todos os dias quando havia sol ou ameaça de tempo bom.
Muito obrigado por tudo.
[Crônica LIII/2025]