
Há um monstro embaixo da cama de cada um menino (Imagem gerada por IA em consórcio: Designer/Artguru/Photoroom e BN JCarlos)
Acredito que todos nós, em algum momento da vida, chamamos a mãe (ou tivemos vontade de chamar) ao desconfiar que tinha alguma coisa embaixo da nossa cama, além do penico e da poeira.
Essa situação é tão comum que Hollywood já explorou bastante a ideia em filmes e animações. Há também livros infantis e histórias em quadrinhos de suspense e de terror sobre o tema.
O caso que vou contar poderia ter saído de um roteiro de um filme de suspense policial, com pitadas de terror psicológico e comédia pastelão (o ‘terrir’).
No estado norte-americano do Kansas, a polícia do condado de Barton foi chamada para prender um “bicho papão” que estava sob a cama de uma criança. Uma babá colocava as crianças para dormir quando uma delas cismou que tinha um monstro embaixo da cama.
A cuidadora usou todos os argumentos de que dispunha para tranquilizar o menino, que continuou insistindo na sua afirmação. Por fim, a babysitter disse: “Vou pegar a lanterna e mostrar a você que não tem nada aí embaixo”.
Mas ao se abaixarem para olhar sob a cama, o foco de luz da lanterna iluminou um homem que estava escondido ali. À paralisia do susto sobreveio a gritaria inspirada pelo medo. O ex-monstro saiu do seu esconderijo e se atracou com a babá, enquanto uma das crianças entrava no rolo e se machucava.
A polícia prendeu o suspeito nas proximidades, quando tentava fugir a pé. O sujeito era ex-morador da casa e tinha uma ordem judicial de manter distância dali.
O delegado fez o B.O. atribuindo ao “monstro que estava debaixo da cama” uma pequena lista de crimes previstos no Código Penal dos norte-americanos: “sequestro qualificado, roubo qualificado, agressão qualificada, colocação de criança em perigo, obstrução criminosa de um policial e violação de uma ordem de proteção contra abuso”.
Se seu filho disser que há um monstro em seu quarto, acredite. O medo dele é real, mesmo que o monstro não seja.
[Crônica LII/2025]