Desde o dia 12 de março a Suíça tem como presidente o político e historiador Martin Pfister. Lá o poder executivo é exercido por um Conselho Federal, que, em rodízio, um conselheiro ocupa o cargo de “representante do governo em eventos protocolares e desempenhando um papel simbólico na política suíça”, como explica matéria na revista eletrônica Swissinfo.

Martin Pfister e Cacilda Giacometti Pfister no dia da posse como “presidente” da Suíça e primeira-dama (Foto Philippe Rossier/Blick)
O que me chamou a atenção na matéria não foi a política, mas dois outros detalhes. A esposa de Pfister é brasileira, chama-se Cacilda Giacometti Pfister, com quem tem dois filhos. Ela é mineira (não sei ‘fi’ de quem). A revista Swissinfo diz que, tecnicamente, ela é a “primeira-dama” da Suíça.
Também soube que a escolha entre os membros do Conselho Federal, para exercer o cargo de chefe de Estado, é feita por votação em que os candidatos não podem votar em si mesmos.
Em eleição vale tudo

A disputa de lider da turma foi acirrada e decidida no segundo turno (Imagem gerada por IA Freepik/Pikaso)
Por causa de um detalhe – do auto-voto -, lembrei de uma eleição para escolha do ‘líder de turma’ na nossa classe da sétima série, no Grupo Escolar Divino Mestre, em Belo Horizonte.
No nosso sistema eleitoral, os alunos que se candidataram tinham os nomes escritos pela professora (juíza eleitoral) no quadro negro. Depois era feita a chamada dos eleitores, que iam até a lousa (urna) e faziam um traço (voto) sob o nome de seu candidato.
No pleito a que estou me referindo, houve empate entre dois alunos e todo o processo foi repetido depois do recreio, em que o aliciamento de eleitors (boca-de-urna) e a captação ilegal de sufrágio (compra de voto) correram soltas.
No segundo turno, a professora deixou os dois candidatos – uma menina e um menino – para votarem no final, fora da ordem alfabética adotada. Por uma cabala eleitoral qualquer, o empate continuava. Era um voto para ele, outro voto para ela. Disputa acirrada, até que chegou a vez dos dois votarem. Cavalheiramente, o menino votou na adversária e recebeu palmas e assovios.
Foi a vez da concorrente votar e a expectativa é que ela, educadamente, devolvesse a gentileza, votando no adversário. Fez silêncio na sala enquanto a candidata a líder da sala se dirigia à cabine eleitoral. Ficamos atônitos quando ela votou em si mesma e na mudez da perplexidade, ela se virou para a turma e explicou:
“Eu quero ganhar!”
E assumiu, naquela hora mesmo, os encargos de líder da sala sem nenhuma contestação, diante da turma atordoada com a reviravolta eleitoral.
[Crônica XLIV/2025]