O bandido que queria ser polícia (Imagem gerada e editada por IA Freepik/Photoroom)
Eu não paro de ser surpreendido com o que acontece neste grande quadro surrealista (pintado por Salvador Dali?) que se chama Brasil.
Em São Paulo, um foragido, procurado pela polícia há 18 anos por latrocínio, chegou à fase final de um concurso para ser policial civil! Segundo o jornalista Josmar Jozino, no Portal UOL, o indigitado “passou no exame escrito e somou 52 pontos. Foram cinco na prova de noção de informática, seis em noção de lógica, treze em língua portuguesa, dezessete (a maior pontuação) em noções de direito e onze em noções de criminologia”.
Só foi desclassificado por não ter comparecido ao teste oral, que era eliminatório. Mas a falta poderia ser justificada. O candidato compareceu ao local, mas foi reconhecido e caguetado, sendo preso e encaminhado a um presídio.
Antes de falar da vida pregressa do suspeito, destaco que para participar desse concurso, os candidatos teriam que passar por uma investigação social, para verificar os antecedentes do próprio concorrente, além da “conduta escorreita moral e social” dele.
Em nota, a Polícia Civil alegou que mesmo detectando as pendências judiciais, não poderia desclassificá-lo por não existir, contra ele, “sentença condenatória transitada em julgado”, conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal.
Brincando de polícia & ladrão
O crime cometido pelo ex-futuro policial foi um assassinato de um comerciante, cujo carro foi roubado. Para abordar a vítima, o camarada e o parceiro dele usaram um carro disfarçado em uma viatura da Polícia Civil de São Paulo, onde o alvo foi colocado algemado. Mais tarde o mataram com tiros na cabeça e queimaram o carro dele. Isso aconteceu em 2006, em Itaquera, São Paulo.
Os assassinos foram descobertos por terem alugado o local para esconder a falsa viatura usando os documentos verdadeiros. Um dos comparsas foi preso e pegou 14 anos de prisão e o outro ficou todos esses anos foragido e quase entrou para a Polícia.
[Crônica XXXV/2025]