
Família se alimentando de larvas do besouro-de-farinha [Tenebrio Molitor] e achando bom (Montagem JCarlos sobre imagem gerada por AI Designer/Microsoft)
Na crônica de ontem (16/01), comentei sobre as comidas que passam de proibidas a indicadas e novamente a proscritas em questão de dias, dependendo do pesquisador que aponta perigos ou vantagens, além da questão econômica envolvida.
Pois bem, hoje ouvi na CBN Brasil o médico e nutrólogo Eduardo Rauen defendendo o consumo da proteína contida em insetos como a “solução promissora e sustentável para suprir a crescente demanda por proteína em todo o mundo”.
Ele enumerou algumas vantagens nessa mudança de hábito alimentar que, resumidamente, são: rico em nutrientes (proteínas que contêm aminoácidos essenciais para o organismo humano, vitamina B12, e minerais como ferro e zinco); redução da emissão de gases de efeito estufa (provocada pelo ‘pum’ dos bovinos); redução do uso de água e energia no criame dos insetos; uso de menor espaço, em comparação à pecuária (não precisa cortar nenhuma árvore); alto valor nutricional (“Uma larvinha vale por um bifinho?” Pergunto).
Também comentou que há profundos entraves culturais para que a prática do aproveitamento da proteína de insetos ganhe a boca do povo, literalmente. Disse Rauen: “Há uma barreira cultural muito grande. As pessoas têm um certo nojo, uma repulsa com a proteína sabendo que é de inseto. Mas isso é cultural, no Oriente isso é mais comum e na Oceania também é usado como fonte proteica”.
O que chamou minha atenção nessa conversa toda e que motivou o título dessa crônica foi quando o nutrólogo, destacando as vantagens da opção insetívora como fonte de proteínas, explicou que, diferentemente do boi que leva até três anos para ficar pronto para o abate, o ciclo do inseto é de 9, 10 dias, “que é quando a larva começa a crescer, a formar as asas, aí já é abatida”.
Eu pensei: “O abate é feito pois as asas podem provocar engasgo em quem consome a tal da proteína de inseto”. Mas, na verdade, ele se referia ao gasto protéico que o organismo do inseto teria para a formação completa das asas, auto consumindo, o que podia ser vendido.
Como essa é uma alternativa para o futuro da humanidade, prefiro não estar vivo para participar de nenhum banquete com insetos, sejam proteicos ou não.
[Crônica XII/2025]