A Prefeitura de Nova Iorque resolveu cobrar uma taxa de nove dólares (± R$55, na cotação de hoje, 14/01) para os motoristas que entrarem na “Midtown”, que é a região central de Manhattan. Querem, com isso, reduzir o trânsito e aumentar a mobilidade através do transporte público.
A cobrança do pedágio urbano ou “tarifação de congestionamento” está valendo desde domingo e é feita através de câmeras que detectam os números das placas dos veículos e enviam a cobrança ao freguês.
Apesar de ser um modelo já adotado, pelos mesmos motivos, em Londres e Estocolmo, os nova-iorquinos não gostaram da novidade e rapidamente acionaram a “trickery”, a malandragem gringa e começaram a burlar a fiscalização usando artifícios tecnológicos, que deixam os nossos malandros tupiniquins na sola da sandália havaiana. Digo isso sem qualquer complexo de vira-latas, apenas observamos as diferenças dos métodos de burla.
De James Bond a gambiarra
O portal de notícias português ZAP (minha principal fonte de notícias aleatórias) comparou as tentativas de enganar o governo com as artimanhas usadas pelo maior espião do cinema, 007, o James Bond.
Segundo o diário, entre os embustes utilizados está a aplicação de uma película transparente, mas que “cria um efeito turvo e refrativo sob os flashes das câmeras”. Outro método é a aplicação de riscos brancos em toda a superfície da placa, para confundir os sensores.
Há quem use métodos mais baratos, chamada ultra-low-tech methods (tecnologia ultra baixa, a nossa gambiarra), como instalar um parafuso, com a respectiva arruela, estrategicamente sobre um número ou salpicar tinta em cima da matrícula alfanumérica. Os norte-americanos também usam a manjada fita adesiva preta para transformar um “6” em “8” ou um “L” em “E” ou “O”.
Mas os gringos ainda precisam frequentar muitas aulas de malandragem para chegar ao nível dos “ixpertos” brasileiros, que além da alternativa da fita adesiva, usam tintas comuns para alterar as letras ou números; entortam as placas ou fazem o desajuste visando enganar a polícia usando pasta de dente.
E vamos em frente, porque, como reconheceu o próprio Jesus Cristo, “ o mundo é dos espertos”, ressaltando porém, “mas o céu é dos justos”.
[Crônica IX/2025]