Em “Rabo de saia” (1984), antiga minissérie da TV Globo, o caixeiro-viajante Seu Quequé aparecia casado com três mulheres, uma em cada cidade.
E numa aplicação prática da frase ‘aristotélica’ de que “A vida imita a arte ou a arte imita a vida”, fez com que Rozamira Alves de Sá, que mora em Contagem (MG), ficasse sem marido no mês passado, quando o juiz da comarca declarou a nulidade do casamento dela com Francisco Bezerra de Sá, que já era casado pelo menos duas vezes.
Rozamira viu o seu mundo desabar sobre a cabeça, depois de estar casada por 14 anos e ter um filho já crescido.
Ficou dias remoendo. Tentando entender o que tinha acontecido, se questionava: “Aquelas juras de amor eram todas falsas? Aqueles presentes quando ele voltava de viagem era uma forma de se desculpar por estar com as outras? Será que elas sabiam que ele era casado em Contagem? Como este cafajeste foi fazer isso comigo, me iludindo todo esse tempo? Como eu vou explicar isso para o Junior? Eu bem desconfiava que estas viagens compridas tinham outra finalidade que não levar cargas para o Nordeste”.
Agora Rozamira está arrependida de ter denunciado o marido à justiça e confidenciou à uma amiga: “Antes dividir um homem com duas mulheres e ser sustentada por ele, do que não ter nenhum e batalhar o pão-de-cada-dia”.
Sem comentários.
[Crônica CLXXX/2024 – Texto original publicado no jornal O Guaporé, de Porto Velho (RO), 24/10/1990. Baseado em notícia do jornal O Globo]