27 de novembro de 2024

Catarinas de Alexandria e do Desterro

Por José Carlos Sá

Fiquei encantado com a mostra  de arte “Sou Catarina”, a começar pelo título, que remete a fazer parte da grande sociedade que forma o Estado de Santa Catarina. A exposição marca a reabertura do MASC (Museu de Arte de Santa Catarina), em Florianópolis, espaço que ficou fechado por muitos meses por problemas de goteiras e infiltrações de água.

São centenas de peças, entre pinturas sobre vários tipos de suporte, montagens, esculturas em barro e em madeira, poemas, livros, objetos sagrados e músicas que contam a história de Catarina, uma princesa egípcia, que desafiou as convenções de sua época e foi morta por ordem de Maximino Daia, imperador romano (308-313), por não abrir mão de sua fé.

Foi canonizada e é considerada padroeira dos estudantes, professores, intelectuais, filósofos e daqueles que trabalham com rodas, entre outros grupos. É a padroeira do Estado e da Ilha de Santa Catarina, e co-padroeira da Catedral Metropolitana de Florianópolis.

A exposição

As obras em exposição contam toda a história da santa e muitas destacam os instrumentos com que ela foi torturada e morta: a roda e a espada. Há reprodução de telas antigas, além da presença de artistas locais e contemporâneos.

Destaco as telas de Vera Sabino e Rodrigo de Haro, a tecelagem de Clara Fernandes e a obra de técnicas mistas da mineira Almira Reuter, com costura, bordado e pintura. 

Em uma sala enfeitada com banners em formato de vitrais de igrejas, estão as obras “Oratório” e “Santa Catarina de Alexandria”, uma imagem em argila modelada em placas, com pintura a frio, de autoria dos artistas plásticos Osmarina e Paulo Villalva. O ambiente foi montado com bancos de madeira, de tal forma que lembra o interior de um templo e convida para um momento de oração ou reflexão.

Serviço

Exposição “Sou Catarina”

Período de visitação: até 25/02/2025

Horário: terça a domingo, das 10h às 21h

Local: MASC, localizado no CIC (Av. Gov. Irineu Bornhausen, 5600 – Agronômica – Florianópolis)

Entrada: Gratuita

Comecei gostando do nome da exposição (Foto JCarlos)

Crianças ouvem oração atribuída à Santa Catarina, recitada quando ela estava para ser torturada na roda dentada (Foto JCarlos)

Algumas das obras de Rodrigo de Haro retratando Santa Catarina (Fotos JCarlos)

Painel “Salve, Catarinas!”, de Albertina Prates (Foto JCarlos)

Técnica mista de Almira Reuter, sem nome, 2024 (Foto JCarlos)

“Catarina, a luz na escuridão”, de Ana Bonilla (Foto JCarlos)

“Degraus da sabedoria”, tapeçaria de Elke Hulse (Foto JCarlos)

Santa Catarina do ponto de vista de Vera Sabino. Obra sem nome e sem data (Foto JCarlos)

Achei esse trabalho muito bonito e singelo. Chama-se “Catarina e a árvore da vida”, de Clara Fernandes que a confeccionou usando tecido em tear de pedal em algodão, linho, rami e seda (Foto JCarlos)

Imagens de Santa Catarina em diversos materiais. A partir da esquerda, em madeira, de Ingrid Thaler; em metal, do uruguaio Luiz Videbost; e em cerâmica de Osmarina e Paulo Villava (Fotos JCarlos)

Instalação tendo ao fundo o Oratório e a imagem de Santa Catarina, dos artistas plásticos Osmarna e Paulo Villava (Fotos JCarlos. exceto a do casal, que é de Fernando C. Gomes Machado/Facebook)