Fico sabendo, assim mesmo sem querer, de duas ocorrências de furtos e roubos, em que os narradores se surpreendem com a audácia dos ladrões.
Roubo – 1
– Cê lembra do Arcide?
– O Arcide do Nicanô?
– Não, sô! O Arcide jogador. Entraram na casa dele e roubaram tudim. Até três mil dólar que ele tinha em casa. Até os dólar dele!
Roubo – 2
“O senhor acredita? A mesma mulher foi roubada três vezes no mesmo dia! Tem base?”
Perguntei como aconteceu e se a mulher havia sido vítima de assaltos em série, praticados por elementos distintos
“Não senhor. Foram os mesmos ladrões. Eles pularam o muro e pegaram uma máquina de alta pressão e fugiram pelo portão que estava aberto. Uma hora depois eles voltaram e entraram na casa por uma janela. A mulher estava em casa e começou a gritar. O marido chegou da rua, prendeu os dois ladrões, deu uns cacetes neles e chamou a polícia. O senhor sabe o que aconteceu?”
Não tive tempo de responder. O cara só estava pegando um ar.
“O homem foi preso por ter espancado os dois, que eram ‘de menor’. Todos foram para a delegacia, mas só o dono da casa, a vítima, é que ficou detida. De sacanagem, os menores voltaram na casa, amarraram a mulher e fizeram uma limpeza. Dinheiro, jóias, celulares… Tudo que podiam carregar. Não tem condições.”
Concordei com ele. Realmente, não tem condições.
[Crônica CLXII/2024]