Fiquei na dúvida se contava essa história para uma psicanalista, para um pessoa que interpreta sonhos ou para um roteirista de Hollywood.
Pensei isso logo depois que acordei e enquanto estava no banho. Quando tentei contar o sonho para a Marcela, me embaralhei todo. O que vai narrado abaixo é uma tentativa de recuperar o que ficou na minha memória.
Foi assim ou acredito que tenha sido:
Eu fazia parte de um grupo de quatro pessoas que invadiria um país vizinho para fazer uma sabotagem nas comunicações, inclusive a internet. Atravessamos a fronteira disfarçados de agentes de controle fitossanitário e fomos nos apresentar no posto de fiscalização; entramos sem problemas.
Nos hospedamos em um hotel de luxo, e eu dividia o quarto com o meu amigo e ex-colega Flávio Gonçalves. Na sequência, aparecemos vestidos com macacões azuis, Eu acompanhava os outros três, sem ter uma tarefa. Apenas observava o que faziam.
Empurravam um carrinho, tipo plataforma para cargas, com dezenas de caixas metálicas, que pareciam muito pesadas. Estávamos em uma espécie de galpão de granja, que tinha as paredes internas com um metro e meio de altura, acredito. Nesse momento apareceu um homem, que deveria ser o vigia e nos mandou parar, mas um dos colegas usou um spray que arremessou uma massa parecida com a de confeiteiro e o homem caiu, com as mãos segurando o pescoço, como se estivesse sufocado.
Enquanto eu olhava o homem agonizando, meus colegas apareceram depois de terem transferido todo o material que estava no carrinho para três mochilas (!) e subiram por uma escada de metal que tinha na parede. Quando os alcancei, estavam em uma sala cheia de monitores e apontavam para um mapa, onde cairia a bomba que seria lançada em minutos.
O alvo – reconheci – era a Praça Sete (de Setembro), no centro de Belo Horizonte. Entendi que o efeito da bomba não era matar as pessoas ou destruir prédios, mas anular todas as formas de comunicação eletrônica. Tudo.
Na “cena” seguinte apareço acompanhando a também ex-colega Rosí Gomes. Enquanto caminhávamos, vi chegar o presidente Lula. Ele era transportado em uma “cegonha” ferroviária, com uma pessoa acionando o mecanismo para o veículo rodar, mas não tinha trilhos e se movia sobre uma rua.
Embarquei com a Rosí em um balão – tinha formato de balão, mas o envelope parecia ser feito de metal – que logo ganhou altura. Ela me disse que me daria um pássaro – uma ararinha – que ela havia trazido do Brasil e queria que eu a devolvesse. O balão contornou quatro palmeiras, em busca da ararinha, que apareceu e voou ao nosso lado. A Rosí estendeu a mão e a ave pousou nela.
Aterrissamos e olhei para uma tela de tevê em alguma parede, nela estava sendo exibido um programa de entrevista, que logo foi substituído por uma tela preta cheia de riscos verdes, chovendo letrinhas, igual ao filme Matrix. Pensei: está feito.
Entenderam? Eu também não. Freud explica? Não sei.
[Crônica CXVI/2024]