05 de julho de 2024

Um ‘break’ no ‘coffee’

Por José Carlos Sá

Os garçons retiraram a comida da mesa sob protestos (Imagem gerada por IA – Copiloto/Micrisift.Com)

Participei, ontem, de um evento em que fomos recebidos com um farto café (“cófi”, como dizia o anfitrião), que deveria ser encerrado às 17 horas, quando estava previsto o início das apresentações para as quais fomos convidados.

Dez minutos após a hora estipulada na programação, o dono da casa começou a pedir aos convidados a se dirigirem ao auditório, ao mesmo tempo que pedia desculpas a quem já estava acomodado, aguardando o início da função. Eu era um desses que esperavam.

Com vinte minutos de atraso – e com pessoas levando copinhos plásticos cheios de salgados – foi feita a abertura do evento, ao som da mastigação.

Tira a mesa!

Me lembrei de uma experiência em evento que coordenei em Porto Velho há alguns anos. Os horários precisavam ser cumpridos com exatidão, devido às agendas assumidas após o encontro pelos palestrantes. Era uma reunião extraordinária da Sudam (Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia), que financiava vários projetos em Rondônia

Após a primeira parte, em que foram mostradas as linhas de crédito disponíveis e o que podia ser financiado, foi anunciado um intervalo de 15 minutos “improrrogáveis”, fez questão de enfatizar o mestre de cerimônias, para um lanche.

 Esgotado o tempo de descanso e comilança, as recepcionistas passaram a convidar os participantes a retornarem ao local das apresentações. Muitos ignoraram a solicitação e continuaram comendo como se não houvesse amanhã.

Do microfone, o mestre de cerimônias chamava as pessoas para que o evento continuasse, não conseguindo convencer a maioria. Então resolvi o problema usando uma estratégia aprendida em um dos cursos sobre “cerimonial & eventos” de que participei: chamei a responsável pelo bufê e disse para ela orientar os garçons a retirar os pratos e bandejas com as comidas e deixar somente as garrafas térmicas com café e leite.

Ela fez uma cara de espanto, mas seguiu a orientação prontamente. Senti os olhares de ódio que me foram lançados pelos comensais, que não poderiam mais continuar “fazendo a boquinha” e teriam que voltar para a palestra ou ir embora.

A estratégia funcionou e o evento seguiu o roteiro.

[Crônica XCIII/2024]

Tags

Cerimonial e eventos Porto Velho Rondônia Sudam 

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