Quem já sofreu de insônia sabe como é ruim passar a noite rolando na cama, tentando inútilmente pegar no sono sem conseguir. Eu sofri por muito tempo com esse mal. A ansiedade, com gotas de depressão, foram os diagnósticos da minha insônia, que passou, sem que eu deixasse de ser ansioso.
Geralmente a ansiedade é tratada com acompanhamento psicológico e remédios tarja preta, mas eu sempre mantive um pé atrás com esses métodos e fui, de forma independente, buscando uma saída, que finalmente encontrei. Hoje durmo bem, mesmo com a ansiedade aparecendo de vez em quando na minha vida.
Foi com um sentimento de alívio – por não ter que me submeter à nova terapia – que li o artigo “O tratamento da depressão e ansiedade pode passar por… lamber sapos”, republicado pelo portal português ZAP Aeiou, há alguns dias. O texto remete a um estudo de um grupo de pesquisadores do Hospital Mount Sinai, de Nova Iorque (EUA).
Os cientistas chegaram à conclusão que “um composto alucinógeno segregado pelos sapos do deserto ou do rio Colorado (Incilius alvarius) pode tratar depressão e ansiedade. As pessoas que procuram os efeitos da substância poderão, no futuro, lamber os sapos diretamente ou extrair o veneno, secá-lo e fumá-lo”.
Se eu já via problemas ao ouvir, quando criança, contos de fadas em que príncipes viravam sapos por força de algum feitiço e só o beijo de uma princesa casta e apaixonada quebrava o encanto, feitiço ou a maldição, imagina agora.
Eu pensava na (ex) bela moça sonhadora, com a boca cheia de cobreiro depois de beijar um sapo e ele não se transformar em nada e continuar sendo um simples batráquio.
Se depender de eu ter que lamber um sapo para me curar de insônia, ansiedade ou depressão, já podem encomendar a mortalha e o caixão.
[Crônica LXIII/2024]