12 de maio de 2024

Nem antes, nem depois. Na hora!

Por José Carlos Sá

“Oh puxa! Oh puxa! Eu devo estar muito atrasado!”, dizia o Coelho Branco ao passar por Alice (Ilustra John Tenniel)

Uma das minhas manias é tentar ser pontual em todos os meus compromissos. Chegar um pouco antes do horário combinado e aguardar, tranquilamente (ou não) a hora certa. Me irrito com atrasos.

Devido a esta minha característica (mais criticada do que elogiada), observo quem anda em débito com os horários e quase todo dia vejo uma situação que confirma, para mim, que estou certo.

Hoje, quando entrei na padaria, o comércio já estava aberto há 15 minutos. Enquanto eu era atendido, chegou, esbaforido, o fornecedor de salgados. Se fosse em um dia da semana, esse atraso teria resultado em prejuízo financeiros para ele mesmo, já que há procura por salgados – coxinhas, enrolados de salsichas e ovo recheado – bem cedo, quando os trabalhadores se dirigem às centenas de construções civis existentes nesta região.

Há alguns anos, conheci uma mulher que saía de casa e chegava ao trabalho em situação de sonambulismo. Ela levantava da cama automaticamente, se vestia e penteava os cabelos; pegava o ônibus e ia dormindo até o local em que trabalhava. Aí despertava e se dirigia ao banheiro para fazer a higiene pessoal e a maquilagem.

Mais recentemente, um outro colega, tinha um comportamento parecido. Como ele vai trabalhar de moto, precisava acordar de verdade. Porém, no trabalho ele escova os dentes, aplica o desodorante, passa gel nos cabelos e prepara o desjejum. Isso à vista de todos (exceto a escovação de dentes).

Por isso que, tendo um compromisso, já deixo tudo preparado de antemão e saio de casa com um tempo de folga para eventuais imprevistos. Se o meu compromisso é na Ilha de Santa Catarina, aí eu saio de casa mais cedo ainda, pois não há imprevistos, o engarrafamento nas vias de acesso a Florianópolis fazem parte da rotina.

[Crônica LXI/2024]