Estava pesquisando um assunto na internet e encontrei duas notícias policiais semelhantes, mas ocorridas em datas e lugares diferentes. Em ambas os envolvidos se mataram, isto é, não se mataram a si próprios, um matou o outro e vice-versa.
Um dos casos aconteceu no Ceará, por causa de dívidas relacionadas a drogas; e o outro foi no interior de Santa Catarina. Neste não ficou claro qual a motivação do duelo. A polícia acredita que foi rixa entre vizinhos.
No primeiro episódio, gravado por uma câmera de segurança particular, um homem abordou o outro na rua e começaram a discutir. Um deles estava armado e atirou no oponente. Este, mesmo ferido, partiu para cima do atirador para tomar a arma. Outro disparo foi feito e o primeiro homem caiu ao chão e o segundo deu alguns passos trôpegos e também desabou.
Já em Santa Catarina, como não houve testemunhas, a única certeza que a polícia tem é que os dois homens se mataram mutuamente. Os peritos chegaram a esta conclusão a partir da autópsia, após os exames dos projéteis que os cadáveres tinham nos corpos e que pertenciam às armas apreendidas junto deles. Ambos os defuntos estavam com seus pertences, o que afastou suspeita de latrocínio ou outra coisa.
Lendo as duas matérias me veio à mente como sugestão de trilha sonora para o assunto uma música do meu “malandro favorito”, Moreira da Silva, que cantava assim: “(…) Ele atirou, eu atirei, e nós trocamos tantos tiros / Que até hoje ninguém sabe quem morreu / Eu garanto que foi ele, ele garante que fui eu (…)” [O Rei do Gatilho, de Miguel Gustavo, 1962]
[Crônica LVI/2024]