Respeitáveis leitores, quem de nós ainda não saiu à rua com uma (ou várias) das peças do vestuário pelo avesso? De vez em quando acontece comigo e não é caso de estar com pressa, é leseira mesmo. A Marcela vive me alertando que vesti a camisa pelo avesso.
A “distração” mais grave que cometi foi ir trabalhar em uma exposição no Porto Velho Shopping usando uma camisa ao avesso. Já estava na segunda hora de trabalho quando uma visitante me alertou e fui me trocar com um misto de vergonha e raiva. Raiva das minhas colegas de estande não terem me avisado logo que chegamos.
Estou contando isso tudo para dizer que esta semana li uma teoria nova (pelo menos para mim) divulgada pelos cientistas – inclusive gente na NASA – o que vemos quando olhamos a Lua é o manto que a recobre ao “avesso”.
Isso mesmo. Eu também franzi a testa quando li.
Os sábios chegaram à conclusão que “a sua superfície é quimicamente assimétrica, e novas evidências sugerem que isso acontece porque o manto da Lua virou de cabeça para baixo quando o asteroide era bem jovem. O que estava em cima do satélite da Terra foi para baixo; o que estava abaixo saiu para a luz”.
Isso aconteceu pouco depois de a Lua ter se formado, “a partir de destroços de uma colisão colossal entre a Terra e outro corpo celeste, o exterior do novo astro, ainda em fusão começou a esfriar”, no entanto – observam -, os componentes mais pesados, como potássio, elementos de terras raras, fósforo e ilmenite (ferro + titânio), ao invés de afundar nos mares incandescentes, ficaram na superfície.
Mas a conclusão é que o que vemos da Lua deveria estar para dentro e o que não vemos deveria estar para fora. Como diria o filósofo baiano Caetano Veloso, em “Sampa”, “é o avesso do avesso do avesso do avesso”.
Isso explica muitos acontecimentos estranhos que atribuímos à influência da lua.
[Crônica XLVIII/2024]