Após o naufrágio, apenas Tadeu conseguiu se salvar, mantendo-se precariamente agarrado a um pedaço de madeira que flutuava ao seu lado. Depois de dias à deriva, a correnteza o levou a uma ilha coberta de árvores.
Ao chegar à praia foi resgatado por nativos que se comunicavam por uma língua estranha. Tinham os rostos marcados por cicatrizes e usavam colares com dentes que não soube dizer se eram humanos ou de animais.
Os nativos o colocaram em um barco rudimentar e o devolveram à água, do outro lado da ilha, e outra corrente o levou para distante dali, conseguindo chegar a uma cidade, onde foi definitivamente salvo.
Ninguém ainda explicou o ocorrido, mas Tadeu passou a se considerar um cara de sorte.
[Conto VIII/2024 – Texto inspirado nas várias histórias de naufrágio que leio e me impressionam muito]