Esta semana uma reportagem superou, ao meu ver, todas as outras. Nada de guerras na Europa, Ásia, África ou no Equador; nada do presidente Lula manter aberta a torneira do ‘emendoduto’ para o Centrão; nem a crescente escalada da crise no sempre tenso Oriente Médio. A notícia que me espantou pela futilidade foi sobre a “pizza com ouro”.
Isso mesmo: Pizza com ouro.
Diz o G1-SC que uma pizzaria de Balneário Camboriú – a “Dubai Brasileira” – está oferecendo uma pizza coberta com ouro. Na mistura, outros igredientes igualmente caros: file mignon e trufa negra, além de outros mais acessíveis como o Catupiry, o molho benchamel, o queijo parmesão ralado e a plebeia farinha de trigo – presente no pãozinho de cada dia consumido desde as PSRs (pessoas em situação de rua) até pelos multimilionários.
A pizza foi inspirada na carne com folhas de ouro que alguns jogadores da selecinha brasileira provaram quando foram passear no Catar, durante a Copa do Mundo de 2022. Na ocasião os atletas fizeram bonito nas rede sociais e feio em campo.
Lembrando Rita Lee
Voltando à pizza. Os criadores do prato dizem que a folha de ouro, com que é coberta a massa, não é o item mais caro da receita. As trufas negras custam, em média, R$ 150 o pacote com duas unidade e filé mignon está a R$ 80, o quilo, aqui perto de casa.
O preço de uma pizza de ouro, tamanho médio custa R$ 350; se você quiser só pedir uma pizza para colocar foto no Instagram sem gastar muito, a sugestão é pedir o tamanho pequeno, que custa apenas R$ 200. Qualquer que seja a opção de tamanho, ao servir o prato, há todo um ritual, conforme a colega Vívian Souza, do G1-SC conta como é: “Os garçons – que normalmente vestem pijama para dar a sensação de estar em casa – usam uma roupa social. De fundo, é colocada a trilha da abertura da série “Game of Thrones” e a pizza chega em uma maleta espelhada por dentro e com nitrogênio líquido”.
E por falar em trilha sonora, depois que o ostentador volta para casa, a sugestão de música é uma canção feita pelo Moacyr Franco, gravado por Rita Lee, que se chama “Tudo vira *osta!”