Ao enviar os cumprimentos pelo aniversário do amigo Abel Sdney, ontem (11/01), soube que o tio dele, o saudoso professor Abel Soares, fazia aniversário no mesmo dia e que, se estivesse vivo, estaria comemorando 80 anos. Eu prometi então ao professor Abel Sidney que contaria um causo envolvendo o professor Abel Soares, no tempo em que trabalhamos na Seduc (Secretaria de Educação de Rondônia), quando Orestes Muniz era o titular da pasta, em fins dos anos 1980.
Jambu anestésico
Assim que assumiu como secretário de Educação, Orestes Muniz promoveu reuniões regionais pelo estado de Rondônia, onde os diretores dos diversos departamentos eram apresentados aos diretores das escolas e aos funcionários das Delegacias Regionais de Ensino. O evento em Guajará-Mirim (na fronteira com a Bolívia) coincidiu com a realização das festas juninas na cidade. Após o encontro, nós da comitiva fomos a uma das escolas em que havia festejos.
Alguns dos diretores – por serem originários do Sul do país – não conheciam o tacacá e foram apresentados ao prato típico da região Norte do Brasil. Foi explicado que era feito com tucupi (o caldo amarelado), adicionado à goma de mandioca, camarão seco e folhas de jambu (Acmella oleracea) cozidas. Alguém explicou que o jambu é famoso por provocar dormência na língua.
O professor Abel, atento às oportunidades de fazer uma piada, falou à pessoa que servia a comida:
– Por favor, me dê urgente uma cuia cheia dessa folha!