06 de outubro de 2023

Foto histórica do Colégio Catarinense revela nomes de ruas e avenidas de Florianópolis

Por José Carlos Sá

Há alguns dias o comentarista Moacir Pereira publicou em sua coluna no Jornal ND uma nota sobre o aniversário de 118 anos do Colégio Catarinense, tradicional entidade de ensino em Florianópolis, que foi fundada e mantida pelos padres da Companhia de Jesus. A foto que ilustra o registro mostra autoridades civis, militares e eclesiásticas em pose oficial para marcar a criação do Ginásio Catarinense em 30 de agosto de 1905.

Só tem nome de praça, ruas e avenidas nessa fotografia [Legenda original: Na foto histórica, de pé estão Padre Carlos Ploes, Carl Hoepcke, Vidal Ramos, João Carlos Pereira Leite, Tenente Eurico Castro, Dr. Fabricio d’Ávila, padre Luiz Schuler, Joaquim Costa. Sentados: Frei Zeno, Hercílio Luz, Gustavo Richard, Pereira e Oliveira, Cel. Germano Wendhausen e Felipe Schmidt] (Foto Jornal ND/Reprodução)

Chamou minha atenção o fato de estarem na fotografia, feita há mais de cem anos, nomes de ruas, avenidas, praças, aeroporto e prédios que frequento ou por onde já passei. Consultei o portal dos Correios e vi que algumas dessas personalidades são homenageadas em várias partes do Brasil, enquanto outras sobrevivem somente nessa imagem sépia e, possivelmente, na memória dos descendentes.

Seguindo a ordem da legenda:

Em pé: 1 – padre Carlos Ploes, religioso, fundador Colégio Catarinense; 2 – Carl Hoepcke, empresário dos ramos industrial, comercial e da navegação. Nome de centro executivo em Florianópolis; 3– Vidal Ramos, político -(foi governador, vice- governador, várias vezes deputado estadual e federal, senador, prefeito de Lages/SC). Nome de ruas em Florianópolis e outras 15 cidades em Santa Catarina; 4 – João Carlos Pereira Leite, político mato-grossense. Em Santa Catarina exerceu o cargo de juiz substituto e secretário-geral do governador Antônio Pereira da Silva e Oliveira. Nome de rua em Cuiabá (MT); 5 – tenente Eurico Castro, militar.  Não encontrei nenhuma referência na internet; 6 – Fabrício d’Ávila – Não encontrei nenhuma referência na internet; 7 – padre Luiz Schuler – religioso jesuíta, professor, autor de livros de matemática e álgebra. Foi fundador e diretor do Ginásio (depois) Colégio Catarinense. É nome de ruas em Florianópolis e Videira/SC; 8 – Joaquim Costa, comerciante. Nome de rua no bairro da Agronômica, em Florianópolis.

Sentados: 9 – frei Zeno [Pauk], religioso. Nome de rua na cidade de Angelina/SC. Construiu a gruta de NS de Lourdes em Angelina, no atual Santuário de mesmo nome; 10 – Hercílio Luz, engenheiro e político. Foi governador de Santa Catarina e detém as seguintes homenagens: Ponte em Florianópolis;  ruas em Florianópolis e mais 14 cidades catarinenses, além de homenagens em Fortaleza (CE), Várzea Grande (MT), Cascavel (PR), Paranavaí (PR), Piraquara (PR), Gravataí (RS), São Paulo (SP). Nome de bairro e praça em Araranguá/SC; praça em Florianópolis, Porto União, Joinville, Mafra, Blumenau e São José (todas cidades catarinenses); aeroporto Florianópolis; Estádio de Futebol – Itajaí/SC; time de futebol de Tubarão/SC ; museu – Rancho Queimado/SC.

Ainda entre os sentados: 11 – Gustavo Richard, político (foi governador de Santa Catarina e prefeito de Florianópolis). Nome de ruas em Florianópolis, em cinco cidades de Santa Catarina e uma em São Paulo (SP); 12 – Pereira e Oliveira, político – 14 vezes prefeito de Florianópolis, vice-governador e governador de Santa Catarina; deputado estadual por dez mandatos, deputado federal e senador. Nome de praça em Florianópolis; 13 – coronel Germano Wendhausen, comerciante, militar e político (vereador e vice-prefeito de Florianópolis, deputado estadual). Nome de rua no centro de Florianópolis; 14 – Felipe Schmidt – militar, engenheiro, deputado federal, e senador. Exerceu duas vezes mandato como governador de Santa Catarina. Nome de rua no centro de Florianópolis e em outras 15 cidades do Estado; também homenageado no Rio de Janeiro e Petrópolis (RJ).

Ufa!

Como canta Milton Nascimento em Ruas da cidade, “(…) A cidade plantou no coração /Tantos nomes de quem morreu / Horizonte perdido no meio da selva / Cresceu o arraial (…)”