24 de julho de 2023

Fazu…

Por José Carlos Sá

Na dúvida, para no “do…” (Montagem JCarlos)

No livro Esaú e Jacó, através do conselheiro Aires, Machado de Assis conta a história da tabuleta de uma padaria que o dono mandara repintar justamente quando houve a proclamação da República em 1889. O estabelecimento se chamava “Confeitaria do Império” e o proprietário não queria ficar mal com ninguém. Aires – depois de pesar os argumentos do empresário e a instabilidade da política brasileira – sugeriu, salomonicamente, que o novo nome fosse “Confeitaria do Custódio”.

Fazer o “l” ou a “arminha” resolve? (Montagem JCarlos)

Percebi essa preocupação em agradar a clientela nas atitudes do dono de um feirão aqui do bairro, em dois momentos políticos do país. Ainda no governo Bolsonaro, um freguês, na minha frente na fila, comentava em voz alta o aumento nos preço dos ovos e das verduras em geral. Vendo que o reclamante usava uma camiseta com dizeres em defesa do então candidato Lula da Silva, o verdureiro respondeu: – Fazarminha agora!

Há duas semanas, no mesmo estabelecimento, quando a dúzia de ovos subiu de preço (de novo), ouvi conversa parecida. Desta vez, quem reclamava era um eleitor do ex-presidente Jair. O feirante aceitou a queixa da alta de preços, mas transferiu a culpa: – Fazuele, fazuele…

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Conselheiro Aires Esaú e Jacó Machado de Assis presidente Jair Bolsonaro Presidente Lula 

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