Há pouco tempo comentei sobre o cara que resgatou a autoestima dos descendentes de açorianos nascidos no interior da Ilha de Santa Catarina, que guardavam no falar, trajar e costumes, os traços dos ancestrais e, como eles, eram pessoas simples que tiravam o sustento das lavouras e da pesca. Estas pessoas eram consideradas simplórias e, por isso, chamadas pejorativamente de “maneézinhos”, em referência ao nome Manuel, muito comum em Portugal.
O responsável pela mudança do significado de “manezinho”, de xingamento para um título de quase nobreza, foi um também manezinho nascido no norte da Ilha, cuja vida é contada em um livro a ser lançado no próximo sábado (3), no Mercado Municipal.
Aldírio Simões, que empresta o nome ao Mercado de Florianópolis, será homenageado mais uma vez pelo conjunto da obra que desenvolveu em vida quando foi um agitador cultural, na melhor acepção do termo. Além da defesa intransigente das tradições culturais, criou o Troféu Manezinho concedido aos autênticos ilhéus; organizou desfiles de Carnaval, promoveu concursos de Rei Momo, além de apresentar um programa de rádio que exalta a cultura local. Depois criou um programa de televisão transmitido dos bares da cidade.
O livro do jornalista Ricardo Medeiros conta toda a trajetória de Aldírio Simões e do legado que ele deixou do orgulho de ser manezinho que hoje é um dos atributos da cidade de Florianópolis.
Adendo: Eu já tinha publicado este texto quando soube que no sábado é comemorado o Dia do Manezinho, instituído pela lei municipal 6744/2005 (primeiro sábado do mês de junho). Então o lançamento do livro se reveste de mais simbolismo.
Serviço
O quê: Lançamento do livro Aldírio Simões – O manezinho maior, de Ricardo Medeiros- Dois Por Quatro Editora
Onde: Mercado Público de Florianópolis
Quando: Dia 3 de maio, sábado, das 10h ao meio-dia
Quanto: R$ 49,90