07 de maio de 2023

Com velas enfunadas e o vento a favor

Por José Carlos Sá

Com o céu claro, o mar calmo e o vento favorável, acompanhamos hoje a 3ª Corrida de Canoas de São José, com saída na praia do centro histórico da cidade. Esta terceira edição do evento, de iniciativa do artista plástico e ceramista Lourival Medeiros (“Val” para os amigos), estava atrasada quatro anos. Em 2019 a Marcela, então repórter setorial do jornal ND, fez uma matéria sobre a abertura de inscrições para a prova, que acabou cancelada por falta de participantes.

As oito canoas a vela foram alinhadas na prainha – cada uma com dois tripulantes, o proeiro e o timoneiro – que ao ouvirem a ordem de partida, empurraraam as embarcaçoes para a água e pularam dentro, iniciando a regata. Vimos só a largada, pois a prova teria a duração de uma hora e meia, sendo seguida de uma corrida de canoas a remo e um concurso de lançamento de tarrafa na areia. Optamos por continuar o passeio e visitar a Feira da Freguesia que estava sendo realizada ali perto, também no centro histórico.

A ideia do organizador é lembrar as antigas canoas a vela que eram usadas na pesca pelos imigrantes portugueses que vieram para o Brasil na segunda metade do século 18. Os açorianos ao chegarem aqui conheceram as canoas que eram feitas pelos indígenas, que usavam a madeira de uma única árvore, geralmente o garapuvu (Schizolobium parahyba), escavada com pedras, fogo  e paus endurecidos nas fogueiras. Os europeu adaptaram esta técnicas às suas necessidades e as utilizaram até há bem pouco tempo como instrumentos de trabalho e de transporte. Na corrida que vimos, havia canoas de madeira (uma delas feita da forma tradicional narrada acima) e de fibra de vidro.

Após a largada conversei com o senhor Osni Machado, que se define como documentarista e pesquisador da história de São José, autor e coautor de livros sobre a história de São José e de suas personalidades políticas. Eu já o entrevistei para uma matéria sobre os anos dourados da cerâmica josefense. Seu Osni destacou o esforço do organizador para que o evento acontecesse. “É o Val que corre atrás de patrocinadores para viabilizar essa corrida e a gente vê essa beleza”.

Vejam as cenas da 3ª Corrida de Canoas  que a repórter-fotográfica do Banzeiros registrou para nós:

Tripulação e amigos colocam a canoa “Celina” na água (Foto JCarlos)

A esquerda, a canoa Nenem, feita com uma árvore de garapuvu (Foto Marcela Ximenes)

Canoas a vela prontas para a largada (Foto Marcela Ximenes)

Aproveitei a oportunidade para conversar com o seu Osni e aprender mais um pouco sobre São José da Terra Firme (Foto Marcela Ximenes)

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Açorianos Corrida de Canoas Feira da Freguesia Lourival Medeiros Marcela Ximenes Osni Machado São José 

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