As nossas aulas de hidroginástica são ritmadas com músicas de um repertório eclético escolhido pela professora. Hoje, por exemplo, começamos com Fábio Júnior (Alma gêmea), depois Skank (Garota Nacional), tangenciamos Simone & Simaria e Anitta (Loka ou Noite de patroa), para chegar a Leandro e Leonardo (Tapas e Beijos) e João Neto & Frederico (Balada Louca). A apoteose foi no alongamento do final da aula com Majestade o sabiá, da Roberta Miranda. Em outras aulas já teve Beatles, Titãs, Roberto Carlos, Caetano Veloso; os rítmos variam muito: vanerão, funk, forró, rock, sertanejo e brega.
Na semana do carnaval, a professora intercalou marchinhas antigas com sambas de enredo. Em alguns desses sambas de enredo, tentei fazer os exercícios propostos cantando algumas músicas de que gosto, como Explode coração – Salgueiro, 1993 (Explode coração, na maior felicidade…); É hoje o dia – União da Ilha do Governador, 1982 (É hoje do dia, da alegria, se há tristreza…); e Atrás da verde e rosa só não vai quem já morreu – Mangueira, 1994 (Me leva que eu vou, sonho meu…), entre outras. Como são gravações comerciais para “tocar no rádio”, elas têm em média três minutos. Quem disse que eu consegui conciliar os movimento do corpo com os movimentos da boca? Faltou fôlego.
Fiquei pensando no preparo físico necessário aos componentes das escolas de samba que precisam desfilar carregando suas fantasias, cantar e dançar durante 75 minutos – ou uma hora e quinze minutos – sem perder o ritmo, o compasso, a evolução, a coreografia e os pontos destinados a cada um desses itens.
Fiz esse arrudeio para falar da minha admiração às colegas de academia que conseguem conversar, sem parar, durante os 45 minutos de aula. Haja fôlego!