Pague e não leve
Bateram palmas no portão. Prendi a cachorrada e fui ver quem era. O cara se apresentou como adicto em tratamento numa clínica em uma cidade próxima e pedia ajuda para manutenção dos internos. Como posso ajudar? perguntei.
Disse que estava vendendo revistas infantis com quebra-cabeças ou com desenhos para colorir, que custavam dez reais cada uma. A outra opção era uma doação “espontânea” de cinco reais. Peguei dez reais na carteira e dei a ele, esticando a mão para pegar o quebra-cabeças que eu daria ao meu afilhado.
Se fingindo de inocente o camarada perguntou:
– O senhor vai querer a revista?
– Uai! Você está vendendo as revistas, não está? Então eu quero uma!
He-Man
O grupo de hidroginástica do qual faço parte tem uma faixa etária elevada, sendo eu um dos mais “jovens”. Na aula, uma das músicas que a professora usou como estímulo para manter o rítmo foi “He-Man”, do grupo infantil Trem da Alegria (1986). Uma colega elogiou: – Fez lembrar nossa infância!
Eu pensei ter falado só para mim: “Nossa infância, de quem, cara-pálida?” Mas a senhora que estava ao lado ouviu o meu “pensamento”: – Da minha infância também não!
É seu irmão?
Meu amigo Flávio Gonçalves foi coordenar uma reunião dasuzina do Madeira no Assentamento Joana D’Arc, na área rual de Porto Velho (RO). Uma senhora da comunidade se dirigiu a ele, depois da apresentação:
– O senhor é o seu “FRÁVO”? Mas é a cara do “CRÓVE”, não é irmão dele?