Fui à padaria usando uma camiseta temática, que comprei no Mercadão de Belzonti. A balconista franziu o cenho para entender o que estava escrito.
Quando fui pagar ela falou, orgulhosa de ter conseguido traduzir o dialeto:
– Cê é fi de quem?
Respondi: Dona Nirte e sôi Zé!
A frase impressa na camiseta é uma espécie de exame de DNA em Minas e em alguns Estados do Nordeste também. A pessoa é identificada pela família.
Há muito tempo contei aqui a minha experiência ao passar férias na localidade de Ponta de Areia – aquela da música do Milton Nascimento e Fernando Brant – (BA), onde eu não conhecia ninguém, mas todos conheciam meu avô, minha mãe e minha tia.
Saí à rua com o meu anfitrião e ele me apresentava: – Esse aqui é o neto de Benedito Cotó! E a pessoa perguntava: Ele é fí de Nirta ou Níva?
Meu avô Benedito perdeu um braço em acidente de trabalho, mãe se chama Nilta e tia chama-se Nívia.