14 de dezembro de 2022

Cultura em vários níveis

Por José Carlos Sá

Em um único dia e hora mergulhei em artes transversais (era doido para usar essa palavra, mas não tinha onde) e complementares que me enriqueceram muito. O evento era um concerto de violão executado pelo professor, instrumentista, regente e compositor Kleber Alexandre. A apresentação foi na Igrejinha da UFSC, que já é histórica por natureza e que tem como atrativo igualmente importante um mural pintado, em 1978, pelo artista plástico Hassis.

Ao entrar no recinto e ver a obra de Hassis (Hiedy de Assis Corrêa, *1926 – +2001), ao primeiro olhar, me lembrei imediatamente do quadro “Guernica”, pintado por Picasso em 1937. Apesar de saber da existência do mural, eu não tinha lido nada sobre ele, nem o que o artista queria transmitir com a obra. Fiquei impresionado.

Kleber Alexandre apresentou composições para violão de grandes mestres da música e dele próprias (Foto JCarlos)

Tentei me concentrar nas músicas apresentadas pelo professor Kleber Alexandre, que usou apenas a acústica da igreja para ampliar as melodias que saiam de seu violão. A apresentação foi iniciada com um dos Prelúdios de Villa-Lobos, passou pelos espanhóis Francisco Tárrega e  Federico Torroba, e os brasileiros (além de Villa-Lobos) João “Pernambuco” Teixeira Guimarães, Dilermando Reis e Baden-Powell. Kleber apresentou composições dele, em que eu destaco o “Estudo para o dedo mínimo – o nosso dedinho – da mão direita”.

A apresentação foi muito boa, apesar de o público restrito a pouco mais de vinte pessoas, a maioria delas alunos do artista e técnicos da universidade. Não sei se foi problema de divulgação (a culpa é da Imprensa!) ou do tipo de música. Vale aqui usar um clichê: “Não foi, perdeu!”