A Igrejinha da UFSC, guarda em seu interior um outro importante patrimônio cultural.
História da Capela da Trindade
A Capela da Trindade, hoje cognominada “da UFSC” foi, nas antigas, a sede da Freguesia da Santíssima Trindade de Trás do Morro, então zona rural da Ilha de Santa Catarina e bem distante da sede, a vila de Nossa Senhora do Desterro. A construção foi iniciada em 1848 e só concluída em 1853. Serviu como paróquia até 1977, quando foi substituída por uma nova e ampla igreja.
O prédio de linhas simples, da arquitetura portuguesa, já passou por diversas reformas, a última em 2019, que buscou retomar as origens, com as preocupações de preservação das paredes onde foram usados os materiais comuns na época, que são pedras, areia da praia, conchinhas e cal. Foram deixados expostos o local de um antigo altar, que estava escondido atrás de uma parede de tijolos e outras estruturas da construção do século 19, que estão protegidas por janelas de vidro.
O painel
Como escrevi anteriormente, a primeira impressão que tive ao ver o mural “Humanidade” foi o tristemente famoso painel Guernica, que não conheço pessoalmente, mas estudei a obra na faculdade. Tive tempo de olhar os detalhes do trabalho do artista catarinense Hassis e fui, por minha conta, tentando decifrar as figuras e os significados. Acertei algumas e chutei para fora a maioria.
Em casa, pesquisei sobre o assunto e deixo à estudiosa de arte e crítica Adalice Araújo, explicar a obra: “Para conseguir resumir o “miserere” humano recorre à trágica e, ao mesmo tempo, fantástica ruptura dos sete selos, e, ao surgimento dos quatro cavaleiros narrados por São João no Apocalipse”. Ela explica os pormenores do mural, interpretando cada personagem, como os cavaleiros do Apocalípse, o negro com a balança e o branco com o arco; a serpente, simbolizando os atributos negativos; a Santíssima Trindade, tendo o Cordeiro, símbolo de Cristo, os reis, como Deus Pai e a pomba do Divina. No meio de tudo o Santo Graal, o cálice om o sangue de Jesus.
E por aí vai.
Voltei para casa feliz com as “descobertas” que tenho o prazer de compartilhar com os meus seis leitores.