Assistimos a um dos mais recentes lançamentos da Netflix, que entrou em catálogo no início deste mês de outubro. ‘O telefone do senhor Harrigan’ é baseado em um conto do autor de obras de terror e suspense Stephen King, explorando a premissa de que os mortos continuam a se comunicar com os vivos, no caso do filme, sem usar a invocação de espíritos ou o Tabuleiro de Ouija, como é citado por uma das personagens. O elo entre este e o outro mundo é o telefone que dá nome ao filme. Ambientado na primeira década de 2000, quando os aparelhos celulares se popularizaram e apareceu o iPhone, ícone dos ostentadores.
O adolescente Craig (Jaeden Martell) é contratado por um milionário idoso e solitário para ler livros em voz alta, já que o homem alega ter dificuldades com a visão. Com tempo – cinco anos – ficam amigos e o sr. Harrigan dá conselhos de como agir com outras pessoas que o atrapalhem. “Descarte-as”, ensinou e exigiu que o garoto prometesse para ele que faria isso. Craig vai para uma escola do ensino médio em outra cidade e vê que precisa de um celular para se enturmar.

Achei o ator Donald Suterland a cara do poeta Ferreira Gullar (Fotos Divulgação Netflix/Cia das Letras)
A partir daí o merchã da Apple domina o filme. O garoto dá um iPhone para o velho e ensina a usá-lo. Neste momento a personagem de Harrigan (Donald Sutherland) “prevê” o que será o futuro da humanidade, dominada pelos smartphones: fim do jornal impresso, ninguém conversa com ninguém, disseminação de notícias falsas, etc., etc. e, principalmente, etcetera.
Depois que o velho morre, Craig sente a falta dele e, em um impulso, coloca o celular dentro do caixão. Em momentos de tristeza envia mensagens para o celular do amigo e acredita receber respostas do morto. Uma das fotos que ilustram este post é do Craig agachado sobre a sepultura tentando ouvir o sinal de chamada do telefone que foi enterrado com o defunto.
É uma das adaptações da obra do Stephen King menos assustadoras que assisti – apesar do meu repertório incluir apenas ‘Carrie: a estranha’, ‘Christine, o carro assassino’, ‘1983’ e ‘O nevoeiro’ (os livros são mais arrepiantes). Vale só por diversão.
P.S. Vimos o filme na noite de domingo, 9. Na segunda-feira deu pane no aplicativo de whatsapp do meu telefone. Eu estava aplicando um treinamento e tentei ‘consertar’ o aparelho nos intervalos do café e do almoço, não logrando êxito. Reiniciei, desinstalei, instalei, desliguei, liguei, reiniciei e deixei para lá. Já no final da tarde a tela se acendeu e recebi todas as mensagens que foram enviadas para mim durante todo o dia. Foi semelhante a uma cena do filme que resenhei acima.