O termo etarismo é antigo, foi criado em 1969, mas só recentemente tive acesso a ele. É explicado com exemplos práticos: “Você é muito criança para isso” ou “Você não tem mais idade para isso”!
Depois que dobrei o Cabo das Tormentas (60 anos) – também conhecido como Cabo da Boa Esperança – tenho prestado mais atenção a esse tema.
Com a morte da rainha Elizabeth II aos 96 anos, dia 8 de setembro, e a assunção ao trono do Reino Unido de Charles Philip, o Terceiro, uma piada circulou na internet destacando que o novo rei ia começar a trabalhar só agora, aos 73 anos. Na mesma semana, foi noticiada a posse da ministra Rosa Weber como presidente do Supremo Tribunal Federal, mas que terá um mandato menor, pois será aposentada compulsoriamente quando completra 75 anos de idade.
A lei brasileira manda para casa funcionários públicos que completem 75 anos, quando atingem o auge do conhecimento e domínio daquilo que fazem , depois o governo reclama que não tem dinheiro para pagar os aposentados e corta do orçamento as verbas destinadas à assistência aos “velhinhos sem saúde”, cantada por Chico Buarque em Geni e o Zepelin. Os avanços da medicina prolongam a vida do sujeito na terra, mas tem quem ajude a dificultar essa dilatação.
No outro dia, uma pessoa foi descartada com ironia de uma vaga de emprego por ter “passado da idade”, mas há casos também de pessoas que sofrem por serem jovens demais. Temos milhões de exemplos de jovens e idosos que demonstram capacidade igual ou maior de desempenhar cargos e funções para as quais são subestimados.
A minha forma de protestar é publicando fotos e recortes digitais de jornais sobre o assunto.