
Essa é minha caricatura favorita do Gorbatchov, de autoria do cartunista português António Moreira Antunes (Reprodução)
Até hoje muita gente discute se foi Mikhail Gorbachev que acabou com a União Soviética, se ele deu um empurrãozinho ladeira abaixou ou se só acendeu a vela e colocou ao lado do caixão.
Com o anúncio da morte dele hoje (30/08), lembrei de que quando foi presidente, iniciou um processo de abertura política e econômica tal, que os povos que formavam o antigo Estado Socialista se viram repentinamente em um mundo que não conheciam. Descobriram que viviam numa planilha de custos, alimentados por dados econômicos inventados para rechear relatórios que mostravam a grandeza do regime iniciado em 1917.
Tudo ruiu. Por isso Gorbachev foi aclamado e odiado. As coisas mudaram na Rússia e nos chamados países satélites. A Guerra Fria acabou, mas começaram muitas guerras “quentes”, como a que destrói a Ucrânia, atualmente.
Para os brasileiros, o ex-líder deixou como legado – que já caiu em desuso – a utilização das expressões que definiam a administração dele política e economicamente, a “Perestroika” e a “Glasnost”, que se transformaram em motes de milhares de piadas duplo sentido que circularam no Brasil enquanto ele foi o presidente soviético (1988-1991).
Vai descansar, Gorbi. Você fez o que tinha de fazer, mesmo sem saber como conseguiu.