25 de agosto de 2022

Fogo do chão

Por José Carlos Sá

Retroescavadeira a serviço da Defesa Civil tenta acabar com foco da fumaça em Criciúma (Foto DC/SC Reprodução)

 

Ontem, 24, a Defesa Civil de Santa Catarina interditou uma casa na cidade de Criciúma e deve determinar a demolição. É que desde o final do mês de junho começou a sair uma fumaça tóxica e com mau cheiro de debaixo da casa. Após observação e análise os técnicos chegaram à conclusão que se tratava de uma reação química provocada pela queima da madeira de uma casa antiga que ficava sobre rejeitos de carvão mineral. Os moradores sentiam mal-estar e chegaram a ser medicados.
Agora o problema se agravou, pois os residentes colocaram fogo em pneus o que provocou novamente a reação química subterrânea, gerando muita fumaça e calor. A Defesa Civil isolou a área e levou a família para um abrigo provisório.
E lá do fundo da minha memória, de uns 40 anos mais ou menos, subiu uma fumaça também. O ano não sei precisar, mas era inicío da década de 1980. A região em que morávamos em Contagem – MG era chamada genericamente de Bernardo Monteiro, nome da estação ferroviária que deu origem à localidade. Na parte baixa do bairro havia um lodaçal, com moradores nas margens, e o lugar era chamado pejorativamente de “Brejo”.
Um belo dia um garotinho brincando de fogueirinha no quintal de casa, provocou um “incêndio subterrâneo”, que por mais água que jogassem, continuava saindo chamas e fumaça. Não era nada grande, mas não conseguiam extinguir o fogo do chão. Os curiosos invadiram o lugar e os “especialistas” explicavam o fenômeno, que ia da erupção de vulcão à porta do inferno.
A televisão Alterosa, em que eu trabalhava, apresentava o programa “O povo na tevê” e enviou um equipe ao local para uma transmissão ao vivo. O repórter contou a história e chamou o pai do menino para explicar.
O homem, muito nervoso, disse não saber do que se tratava, e que o menino, “brincando com fogo” é que havia provocado aquela confusão. A coitada da criança, em pé ao lado do pai para aparecer na televisão, levou um tapão na cabeça transmitido para toda Minas Gerais.
A Defesa Civil do Município, depois do alvoroço, chegou à conclusão que o fogo e a fumaça eram provocados pelo gás metano, produzido por material orgânico em decomposição, que entrou em combustão. O menino não precisava apanhar em rede estadual por aquele motivo, não é?

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