Já há algum tempo acompanho as notícias sobre a ideia de trazer o coração de D. Pedro I, que está conservado em uma urna de vidro cheia de formol, de Portugal para o Brasil, nos festejos do bicentenário da nossa Independência, a ser comemorada, oficialmente, no dia 7 de setembro.
A iniciativa foi tida como uma jogada de marketing político por parte da Presidência da República, já que o corpo do ex-Imperador jaz na cripta do Monumento à Independência, em São Paulo e não precisaria dos investimentos que foram feitos. Mas entendo os marqueteiros, o coração é um órgão extremamente simbólico e poeticamente usado como metáfora do amor.
No entanto, com a rediscussão de todos os fatos históricos, como acontece nos dias atuais, não se tem certeza se a proclamação da independência foi no sete de setembro de 1822, se foi às margens do ribeirão Ipiranga, se D. Pedro disse as palavras que lhe são atribuídas e se o Brasil é realmente independente. Como dizem quando acabam-se os argumentos: “Enfim!”
A exposição da víscera do nosso Defensor Perpétuo será no Palácio do Itamaraty, em Brasília, de 25 de agosto a 5 de setembro (Não mais de 23 de agosto – hoje – a 8 de setembro, conforme foi anunciado anteriormente).
E por falar em Brasília, a inspiração desse comentário veio de uma nota do colunista Marcos Cardoso, na edição de 22/08 do jornal ND: “Apesar da importância inquestionável da data e do simbolismo que representa ter o coração de dom Pedro 1° exposto em Brasília, Capital Federal onde ele nunca esteve (…)”
Ora, ora, ora… Por que será que D. Pedro cometeu esta descortesia e nunca foi à Brasília, nobre colunista?