O local onde embarco no ônibus diariamente fica depois de um trecho sinuoso da rua numa subida. Quando o veículo aponta na curva eu tenho poucos segundos para reconhecer o letreiro daquela linha que me serve e dar o sinal de parada. Nestas manhãs de outono e inverno, em que o dia amanhece mais tarde, fico em meio a sombras.
Por três ou quatro vezes o motorista da Linha 135 ia passando direto, alegando não ter me visto. “Aí onde o senhor fica é escuro e se vier um carro no sentido contrário, eu não enxergo o senhor”. É o tal do “ponto cego”.
Quando o motorista se acostumou a parar por saber que estou todos os dias na parada, ele comentou após o bom dia: “Vou mandar colocar uma lâmpada ali no poste para não esquecer do senhor”. Agradeci a gentileza e fiquei pensando na oferta.
Lembrei ter lido uma notícia da Prefeitura de São José dizendo que qualquer “munícipe” (ô palavrinha safada!) poderia avisar sobre a existência de lâmpadas queimadas da iluminação pública por um número 0800 ou por um aplicativo.
Achei o número do telefone, liguei para lá e trocaram a lâmpada queimada no mesmo dia. E agora espero o ônibus em lugar iluminado e de fácil visualização. Não tem mais desculpas para o motorista não me ver e passar direto. E como dizem os políticos nas inaugurações de obras: Está de parabéns a Prefeitura de São José, estão de parabéns os usuários da Linha Potecas, e estou de parabéns eu, porque se não falo nada, ia continuar no escuro…
Agora tenho mais assunto para o meu currículo de futuro candidato a zelador do quarteirão!