20 de agosto de 2022

‘Como filho!’ Anotações censitárias

Por José Carlos Sá

Apesar de perguntar acerca de muita coisa, a função principal dos recenseamentos é saber quantos habitantes tem determinada região ou país. No Censo Demográfico 2022 todas as perguntas dos questionários básico e de amostra são importantes, mas a informação sobre a quantidade de moradores em cada domicílio é fundamental. Tanto que é solicitado aos recenseadores que ao depararem com uma casa que esteja vazia no momento em que ele a visita, deve buscar informações se o imóvel é habitado e por quantas pessoas.

“Cachorro também é gente”, deveria ter dito o ex-ministro Magri, em maio de 1991 (Foto /Instagram)

Em determinado apartamento o recenseador perguntou quantos moradores havia ali na data de referência (zero hora do dia 31 de julho para 1° de agosto de 2022) e a resposta foi três. Então foi aberta a próxima pergunta de nome, sobrenome e data de nascimento de cada um dos domiciliados. Respostas: Fulano de Tal, Beltrana de Tal e Boris.

– Qual o sobrenome do Boris?

– Como assim? Sobrenome? Estranhou o responsável pelas informações do domicílio.

– É, senhor. Qual o sobrenome do morador Boris?

– Ele não tem sobrenome.

– Não tem sobrenome? Como assim? Foi a vez do recenseador estranhar.

– Não. Ele não tem sobrenome. O Boris é o cachorro…

– O senhor me desculpe, mas o IBGE só está anotando os moradores da espécie humana…

– Mas o Boris é como se fosse da nossa família, como se fosse o nosso filho!

– Peço que o senhor me compreenda, não posso recensear o cachorro… o Boris…

E continuou a aplicação do questionário que foi respondido com indisfarsável má vontade.-

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