15 de agosto de 2022

Anacronia – desvendando a arte contemporânea em Florianópolis

Por José Carlos Sá

Capa da revista eletrônica (Reprodução)

Tive a oportunidade de folhear a primeira edição da revista eletrônica de arte contemporânea Anacronia, editada pelo grupo intitulado Gang do Lixo que se define assim: “Não somos niílistas, muito menos despolitizados. Somos sim artistas e intelectuais fazendo um esforço para entender a arte de seu próprio tempo. Um tempo anacrônico, uma Babilônia de períodos históricos embaralhados e rearranjados ao ponto da total desorientação. Mas é desorganizando-os a nossa maneira que vamos nos reorganizar”. A publicação tem a coordenação editorial de Luiz Alberto de Souza e Paulo Andrés de Matos Villalva.

Desenhos em bico de pena, do professor Gelci Coelho – Peninha/1975 (Reprodução Anacronia)

Além dos textos e imagens produzidos pelos colaboradores, destaco uma extensa e esclarecedora entrevista com o professor Gelcy José Coelho, o querido Peninha,  (“O Boi-Tatá Eletrificado”) um multiartista, que fala sobre si e a relação de aprendizagem e amizade com outro grande mestre, o professor e pesquisador Franklin Cascaes,  além da luta para preservar o trabalho desenvolvido durante anos por Cascaes para que não se perdesse, com o tempo, a cultura açoriana trazida para Florianópolis e litoral catarinense pelos portugueses do arquipélogo de Açores a partir do século 17.

Matéria sobre os artistas plásticos Osmarina e Paulo Villalva. A foto é casa/atelier deles (Reprodução)

Também destaco a matéria sobre os amigos, artistas plásticos Osmarina e Paulo Villalva, que me apresentaram a revista. A autoria do texto é do filho deles e editor da revista, o Paulo Andrés, que tem mais condições que ninguém para descrever as atividades artísticas dos pais dele, por ter testemunhado, como observador/participante a criação de cada obra, que o Paulo Andrés descreve como um “trabalho em dupla, quatro mãos, duas cabeças e dois corações”.

A revista é uma publicação para se ler devagar, digerindo lentamente os textos e ilustrações, todos muito bons. Há sinopses sobre jogos de computador, poemas e crônicas/contos.

Minha única ressalva é quanto às fontes usadas na composição gráfica da revista eletrônica, que são as mesmas das lingagens de computação. Tive dificuldades em ler alguns textos na tela do celular.

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