O título pode parecer que vou falar de alguma coisa oculta, escondida. Mas não. Escrevo sobre um conjunto de obras de arte que estão ostensivamente invisíveis. Apesar do tamanho gigantesco, pouca gente bota reparo nele.
Já estive diversas vezes no prédio da Prefeitura de São José para desenrolar embaraços e entraves burocráticos, mas só agora é que notei uma pintura gigantesca (painéis de 9m x 2,50m) no hall da intendência.
No primeiro andar, onde fica o auditório em que eu aplicava um treinamento, havia outra pintura nas mesmas dimensões daquela do térreo. Perguntei à senhora que limpava o local se havia outros painéis iguais aquele nos outros andares. Ela parou o serviço e olhou para a parede pintada, depois olhou para mim e notei que ela nunca havia percebido os desenhos.
“Tem sim”, disse ela, talvez pensando ‘isso estava aqui?’. “Tem um em cada andar”. Perguntei onde era o gabinete do prefeito e se lá também havia pintura. – É no quarto andar. No átrio tem um [painel] desse também.
Agradeci e comecei a fotografar, chamando a atenção dos funcionários que chegavam para o expediente e tinham a atenção atraída para o objeto da minha curiosidade. O conjunto de obras é da artista plástica catarinense Albertina Prates e são datados de 2012, ano em que o prédio que abriga a prefeitura foi inaugurado.
Albertina é catarinense de Crisciúme e reside em Florianópolis há quase 50 anos. Tem formação em Artes plásticas – UDESC, com pós-graduações em gerontologia na UFSC e em artes visuais Contemporâneas, na Udesc. Atuou ainda no cinema e no teatro como atriz, cantora, figurinista e direção artística, segundo a Revista Museus.